the end of the times..

[Nesta vida nada temos como certo. Há sempre um maldito algo acima de nós que nos julga, impondo-nos condições. Não é uma questão de sorte. È uma questão de azar. Azar por estar cá em baixo. Azar por não conseguir comandar o que é nosso. Sinto-te a ti, maldito algo, a invadires lentamente o mais íntimo de mim. Repugnas.me. Repugno.me a mim mesma por não te conseguir combater. E cresces. Não páras de crescer. Apesar de todas as rezas, dos arrependimentos, continuas comigo.. e não consigo desfazer-me de ti, maldito algo parasitário que te apoderaste de mim.. Nem a escrita combate o meu pesar de te ter.Obriga.me a ter consciência que existes e aumenta o meu desejo de te ver morrer, de te arrancar odiosamente de dentro de mim.. de te ver desapareçer.]

Não sei mais o que vale a pena.
Lentas decisões tornam-me amarga.
Acelero o passo.
Oiço o bater do teu coração..mas longe.. procuro o quente que não tenho.
Abraço-me a promessas perdidas e deixo.me dormir com o teu cheiro a envolver-me o pensamento. Juntamente com as nossas noites,os nossos dias, os nossos sonhos que jamais se realizarão.
E tu estás sempre onde te vejo, mas quando te abraço..abraço o vazio que me deixaste...

E jogamos uma vez mais ao faz-de-conta..
faz-de-conta que estamos bem..
faz-de-conta que estamos juntos.
faz-de-conta que te abraço.
faz-de-conta que te tenho.
faz-de-conta que me tens.
faz-de-conta que amanhã te verei.
faz-de-conta que esperas por mim?
faz-de-conta que esperopor ti?

o vazio não me preenche. o vazio não preenche ninguem.
não sei mais o que vale a pena..